Durante toda a vida de casados, nunca tivemos tantas visitas dentro de casa quanto no tempo em que passamos nos EUA. Por vezes, os hóspedes se encontravam na saída de uma chegada do outro e muitas vezes se encavalavam na mesma época.
Era uma delícia receber as famílias que foram por várias vezes nos agraciar com sua presença, amigos queridos e íntimos que foram refrigério em dias difíceis e alguns que nem eram tão próximos, mas que aproveitaram também dar uma passeada por lá.
Nunca me senti tão amada. Era maravilhoso cada momento em que a casa se enchia com o cheiro de uma pessoa.
Fazíamos planos desde um cardápio gostoso até passeios, sem falar nos cartazes, balões e mimos na cama para agradar os hóspedes de todas as formas Por outro lado, quando a pessoa querida ia embora, o mundo caí. Era um “chororô” para cá e para lá, uma lamúria nos cantos, um vazio no ar, noites compridas.
Cada um que ia embora levava um pedacinho de nós e era a conta de nos refazermos da ida de um e logo enfrentávamos o mesmo vazio com outro. Era muito amor e muita vontade de estar perto no dia a dia, ao mesmo tempo cada encontro com minha mãe ou sogra, irmãs ou amigas era bom demais pra ser poupado simplesmente por não querer sofrer com as despedidas, as alegrias e os momentos compartilhados eram infinitamente maiores dos que os momentos de angústia e da dor da separação.
Cada gargalhada, cada abraço apertado, cada lembrança eterna, cada detalhe saboreados juntos era precioso demais para subtraído da nossa existência pelo fato de viver a despedida novamente. Naqueles dias lembrei-me das palavras do meu marido em um velório.
Ele questionava que se Deus perguntasse a nós se queríamos um filho que iria morrer, dentro de nossa concepção, antes da hora responder que sim ou não? A maioria de nós diria não, simplesmente pelo fato de não querer sofrer a dor da ausência e da saudade desprezando as alegrias e conquistas que poderiam ser desfrutadas junto da faNo egoísmo de não ter que lidar com a perda, fazemos a opção de o filho para nos poupar, quando podemos usufruir da plenitude por um instante que, ainda que pareça breve, é suficiente para inesquecível.
Um dos maiores desafios da vida, sem dúvida, é o da separação.
Diante dela, podemos nos entregar à depressão, mas também podemos entregar ao próprio Criador para, com eles, colocar para fora toda dor, sermos livres daquelas amarguras que somatizam enfermidades e que podem to a proporção ainda maior, capaz de nos sufocar.
Nenhum dos choros da despedida é tão forte como o abraço do encontro, nenhuma lágrima é tão intensa quanto uma genuína gargalhada ou tão inesquecível como uma lembrança de uma história de amor vivida sem medo da perda.
O único lugar em que você pode ser restaurado de qualquer sentimento de perda, de angústia ou de dor é nas mãos do Criador, com a Presença do Espírito Santo, O Consolador.
Nele é possível ter novos sonhos, vencer as sombras, é bênção na sua família e na vida de muitos ao seu redor.
Ele pode arrancar em sua caminhada toda e qualquer revolta, dor e luta interior e lhe presentear com o viver na abundância de vida genuína, experimentando a plenitude de Deus aqui na Terra.
Assim, você aprenderá a dar um “tchau”, “até breve” ou “até logo” com mais leveza, ainda que o reencontro seja na eternidade.